quinta-feira, 9 de abril de 2009
SOBRE A CHACINA NO MORRO DA COROA
Pronunciamento do Dep. Federal Chico Alencar - PSOL-RJ na tribuna da Câmara Federal
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Execução no Rio, ressurreição em Belém
A dor do pobre não costuma sair nos jornais. Mas tenho a obrigação de vocalizá-la desta tribuna, na qual habitualmente os interesses dos poderosos são tão bem defendidos. Seis pessoas morreram em ação da Polícia Militar no Morro da Coroa, em Santa Tereza, Rio de Janeiro, no último dia 2 de abril. A 6ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova) identificou que "três deles não tinham quaisquer registros criminais". Um desses era Josenildo Estanislau dos Santos, de 42 anos, o Téo, morto a sangue frio, depois de detido e imobilizado por policiais militares - ação testemunhada por várias pessoas.
Segundo a família, Josenildo recebeu um tiro na perna, ajoelhou-se e, entre gemidos de dores, perguntou aos policiais se eles já teriam visto algum bandido com as mãos sujas de graxa. "O apelo não foi suficiente para impedir o último tiro, que o atingiu na cabeça. Isso só porque ele estava descendo a rua e viu os policiais matando as outras pessoas", disse o irmão Macário, ressaltando, emocionado, que pretende resgatar a dignidade do irmão, ainda que in memorian, e processar o Estado.
Estou encaminhando o caso para acompanhamento da Comissão de Direitos Humanos desta Casa. A CDH da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo, meu colega do PSOL, está tomando as devidas providências.
Um Abaixo-Assinado em defesa de Téo, que já conta com 1300 assinaturas, lembra que ele "era TRABALHADOR LANTERNEIRO, PESSOA DE BOA ÍNDOLE, VOLUNTÁRIO NA HORTA COMUNITÁRIA, CLASSIFICADO EM CONCURSO RECÉM-REALIZADO PELA CESGRANRIO PARA A PETROBRÁS (petróleo e gás, caldeireiro), APROVADO NO ENEM/2007, E SEM QUALQUER ENVOLVIMENTO COM ARMAS E COM O TRÁFICO DE DROGAS. É o que testemunhamos todos os signatários, moradores da comunidade e adjacências, com as firmas iniciais do presidente da Associação de moradores e todos os diretores que a compõem. Com o que clamamos pela apuração das responsabilidades pelo crime, por investigação isenta e por JUSTIÇA!"
Por outro lado, senhor Presidente, a Justiça, com o clamor popular, também avança: o Tribunal de Justiça do Pará anulou o julgamento que absolveu o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Ele é um dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang, executada em fevereiro de 2005, no município de Anapu. Os desembargadores do Tribunal determinaram a prisão imediata do fazendeiro até o novo julgamento.
A defesa do "manda chuva" usou uma prova ilegal ao exibir um vídeo com o depoimento de outro participante do crime para inocentar o fazendeiro.
O coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e advogado da família de Dorothy Stang, João Batista Afonso, lembrou que "são mais de 800 assassinatos só no Pará, nos últimos trinta anos, sem que um mandante esteja cumprindo pena atrás das grades. A absolvição do Vitalmiro Bastos era um resultado mais do que escandaloso. Então, a anulação do julgamento é um passo importante nessa luta contra a impunidade dos mandantes de assassinatos no campo do Pará.
Na mesma sessão, os desembargadores anularam também o julgamento de Rayfran das Neves, que foi condenado a 27 anos de prisão como executor de Dorothy. Para os desembargadores, os jurados não consideraram que Neves praticou o crime visando a promessa de recompensa. Se isso tivesse ocorrido, a pena de Rayfran poderia ser maior. Com a indignação popular organizada, assim será!
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Irmã Dorothy vive, é Páscoa!
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2 comentários:
A policia do RJ esta denominado como "ato de resistência" quando existem mortos na incursão das favelas, vamos apurar os fatos pois sabemos que existe um grupo que atira primeiro e identifica depois, e com isso o tiro mata crianças, idosos e trabalhadores inocentes, que não tem nenhum envolvimento com o trafico e acabam pagando com a vida. Chega de execuções, de extermínio do pobre, que já sofre por não ter condições dignas de um cidadão de bem. Vamos pensar e não acreditar em tudo que é publicado, vamos criticar e apurar a verdade. Lembrando que " morto não fala" e na favela fica o clima do medo de denunciar a policia.
Semana passada um menino de 8 anos foi executado com um tiro no rosto,quando abriu a porta pra comprar pão, qual a versão dada? "Ele parecia um indivíduo periculoso abaixado estratégicamente". Que policia é essa? Que sobe o morro mais drogada que um viciado que desce? Precisamos de uma policia de verdade com urgencia !!!!!!!!!!
Conheci esse rapaz o josenildo lanterneiro do morro da coroa,foi assassinado porque viu a execução de outras pessôas,se fossem bandidos matando outros bandidos e ele chegasse na hora com certeza não seria assassinado,no máximo colocariam ele p/correr,mas como foi a nossa querida PM ele virou queima de arquivo,é esse troço que nós pagamos p/nos dar proteção!
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